Pela união de um grupo
Posted by Bispo Rodovalho | | Posted on 09:52
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Entrevista concedida ao Jornal Alô Brasília
Á Lívio di Araújo em 20/03/09
Físico especializado em Ressonância Magnética, o secretário de Trabalho Robson Rodovalho é uma das grandes lideranças do Distrito Federal. Eleito deputado federal pelo DEM, o goiano de Anápolis é o comandante de um grande ministério evangélico, a Igreja Sara Nossa Terra, ao lado da esposa, a bispa Lúcia Rodovalho. O secretário falou com exclusividade ao Jornal Alô Brasília nesta semana sobre temas como a secretaria, o cenário político do Distrito Federal e sua disposição em disputar uma vaga no Senado em 2010. Ou não... Afinal, Rodovalho está estudando, atentamente, os convites que tem recebido.
Alô Brasília: O senhor foi eleito como deputado federal, mas atua hoje como secretário de Trabalho do DF. Por que abrir mão de um trabalho Legislativo para assumir um cargo no Executivo em meio a uma crise econômica e um cenário de empregabilidade tão difícil?
Rodovalho: Eu fui convidado pelo governador Arruda para ser secretário ainda no início do governo. Mas eu senti a responsabilidade de estar na Câmara dos Deputados naquele momento, até porque eu estava criando a Frente da Família, da qual sou presidente. Depois de um ano eu senti que era possível dar outro passo, visto que a bandeira da família estava muito bem organizada. Foi quando o governador fez o convite novamente. Eu senti que a minha dívida com a camada da população mais carente precisaria ser paga. Tenho três grandes compromissos: com a família, com os mais pobres e com o desenvolvimento.
Alô Brasília: Que compromisso seria esse com a população de baixa renda?
Rodovalho: Os meus três compromissos estão interligados. Acredito que a sociedade sólida provém da família. Ou seja, proteger a família é uma prioridade básica. Outra prioridade é ajudar os mais pobres. Os ricos precisam do Estado, apenas do Estado, mas o pobre precisa de governo. O governo não precisa atender as populações mais privilegiadas, pois eles moram em boas casas, têm asfalto de primeira qualidade, têm saúde privada. Agora o pobre não, ele precisa do governo, da assistência, do incentivo. O terceiro compromisso é com o desenvolvimento, pois a gente sabe que a melhor forma de ajudar o mais necessitando é promovendo a qualificação e inserindo essa pessoa no mercado de trabalho. Esse é o desenvolvimento permanente, a forma de dar não apenas o peixe, mas ensinar a pescar. Então eu aceitei o desafio e assumi a secretaria.
Alô Brasília: A-Tenda é um dos carros-chefes da secretaria?
Rodovalho: É o carro-chefe. É o programa da secretaria. Lançaremos mais novos programas, mas A-Tenda é o carro-chefe porque são 2,5 mil pessoas que passam pela qualificação sem nenhuma evasão, evasão zero. Isso nunca aconteceu em nenhum programa do Ministério do Trabalho. Pelo contrário, durante o curso nós temos é procura pelos cursos. Enquanto capacitamos às pessoas, outra parte da equipe está nas ruas captando empregos na região. A pessoa já sai empregada.
Alô Brasília: Todos têm a garantia de emprego?
Rodovalho: Entre 15% e 20% das pessoas que passam pelos cursos já saem empregadas. É um quantitativo respeitável.
Alô Brasília: O senhor termina o governo como secretário ou pretende voltar á Câmara dos Deputados?
Rodovalho: Eu tenho um programa montado na secretaria que eu gostaria de terminá-lo. Esse governo é um governo de coalizão que nós montamos de líderes da cidade, ganhamos, deu certo. Estamos realizando o governo com muitos acertos e alguns erros, todos entendemos que erramos, mas o governo está aí. Eu quero terminar uma fase, um projeto, e quero dar um choque de qualificação e gestão na cidade. Quero trazer coisas que nunca ninguém pensou e realizou. A-Tenda é uma delas. Depois, nós vamos ver como será o palco de 2010 e a partir daí é que decidirei meu futuro. A prioridade do governo tem sido a gestão, mas por outro lado, politicamente, tem sido sempre falado dentro do governo que a gente (eu e o governo) temos tido algumas dissonâncias.
Á Lívio di Araújo em 20/03/09
Físico especializado em Ressonância Magnética, o secretário de Trabalho Robson Rodovalho é uma das grandes lideranças do Distrito Federal. Eleito deputado federal pelo DEM, o goiano de Anápolis é o comandante de um grande ministério evangélico, a Igreja Sara Nossa Terra, ao lado da esposa, a bispa Lúcia Rodovalho. O secretário falou com exclusividade ao Jornal Alô Brasília nesta semana sobre temas como a secretaria, o cenário político do Distrito Federal e sua disposição em disputar uma vaga no Senado em 2010. Ou não... Afinal, Rodovalho está estudando, atentamente, os convites que tem recebido.
Alô Brasília: O senhor foi eleito como deputado federal, mas atua hoje como secretário de Trabalho do DF. Por que abrir mão de um trabalho Legislativo para assumir um cargo no Executivo em meio a uma crise econômica e um cenário de empregabilidade tão difícil?
Rodovalho: Eu fui convidado pelo governador Arruda para ser secretário ainda no início do governo. Mas eu senti a responsabilidade de estar na Câmara dos Deputados naquele momento, até porque eu estava criando a Frente da Família, da qual sou presidente. Depois de um ano eu senti que era possível dar outro passo, visto que a bandeira da família estava muito bem organizada. Foi quando o governador fez o convite novamente. Eu senti que a minha dívida com a camada da população mais carente precisaria ser paga. Tenho três grandes compromissos: com a família, com os mais pobres e com o desenvolvimento.
Alô Brasília: Que compromisso seria esse com a população de baixa renda?
Rodovalho: Os meus três compromissos estão interligados. Acredito que a sociedade sólida provém da família. Ou seja, proteger a família é uma prioridade básica. Outra prioridade é ajudar os mais pobres. Os ricos precisam do Estado, apenas do Estado, mas o pobre precisa de governo. O governo não precisa atender as populações mais privilegiadas, pois eles moram em boas casas, têm asfalto de primeira qualidade, têm saúde privada. Agora o pobre não, ele precisa do governo, da assistência, do incentivo. O terceiro compromisso é com o desenvolvimento, pois a gente sabe que a melhor forma de ajudar o mais necessitando é promovendo a qualificação e inserindo essa pessoa no mercado de trabalho. Esse é o desenvolvimento permanente, a forma de dar não apenas o peixe, mas ensinar a pescar. Então eu aceitei o desafio e assumi a secretaria.
Alô Brasília: A-Tenda é um dos carros-chefes da secretaria?
Rodovalho: É o carro-chefe. É o programa da secretaria. Lançaremos mais novos programas, mas A-Tenda é o carro-chefe porque são 2,5 mil pessoas que passam pela qualificação sem nenhuma evasão, evasão zero. Isso nunca aconteceu em nenhum programa do Ministério do Trabalho. Pelo contrário, durante o curso nós temos é procura pelos cursos. Enquanto capacitamos às pessoas, outra parte da equipe está nas ruas captando empregos na região. A pessoa já sai empregada.
Alô Brasília: Todos têm a garantia de emprego?
Rodovalho: Entre 15% e 20% das pessoas que passam pelos cursos já saem empregadas. É um quantitativo respeitável.
Alô Brasília: O senhor termina o governo como secretário ou pretende voltar á Câmara dos Deputados?
Rodovalho: Eu tenho um programa montado na secretaria que eu gostaria de terminá-lo. Esse governo é um governo de coalizão que nós montamos de líderes da cidade, ganhamos, deu certo. Estamos realizando o governo com muitos acertos e alguns erros, todos entendemos que erramos, mas o governo está aí. Eu quero terminar uma fase, um projeto, e quero dar um choque de qualificação e gestão na cidade. Quero trazer coisas que nunca ninguém pensou e realizou. A-Tenda é uma delas. Depois, nós vamos ver como será o palco de 2010 e a partir daí é que decidirei meu futuro. A prioridade do governo tem sido a gestão, mas por outro lado, politicamente, tem sido sempre falado dentro do governo que a gente (eu e o governo) temos tido algumas dissonâncias.
Alô Brasília: Que dissonâncias?
Rodovalho: Eu acho que o nosso grupo abriu muito e abrigou ex-adversários que serão futuros adversários, e isso desvaloriza quem está dentro do nosso grupo desde o começo, e valoriza quem não vai contribuir no futuro. Eu não sei como vai ser o futuro, mas estou lutando para manter a unidade do grupo.
Alô Brasília: E o senhor está satisfeito com o partido ou pretende mudar de legenda?
Rodovalho: Brasília inteira sabe da dificuldade que eu tenho com o partido desde o início, principalmente na questão mais filosófica. Eu acho que no nosso partido, embora sendo um partido tradicional, de grandes contribuições para o país no passado, eu não encontro muito espaço para a inserção social. O mundo mudou muito, o discurso hoje é outro, a realidade é outra. Tenho excelentes relações pessoais com os membros do partido, mas dificuldades com o eixo, com a filosofia central. O TSE proibiu-nos de sair, isso foi ruim. Eu não entendo, feriu a democracia. Estamos entrando 2010 com a possibilidade de todos estarmos trancados, sem possibilidade de nos realinharmos filosoficamente. Mas se as regras forem essas, terei que acatá-las. Tenho excelentes relações com os Democratas, mas quero crescer.
Alô Brasília: E está tendo dificuldades de crescer dentro do DEM?
Rodovalho: Eu almejo novos passos e o DEM deveria ter, no mínimo, a dignidade de abrir uma consulta honesta, transparente, sem conduções de caciques, uma coisa realmente democrática, para que as pessoas possam crescer. Se o Obama estivesse no Brasil ele jamais seria o presidente, por todas as regras. Isso desanima a gente.
Alô Brasília: Esses novos passos seriam rumo ao senado ou ao GDF?
Rodovalho: Por enquanto eu digo que quero crescer. Eu só acho que temos que buscar o potencial de quem tem chance. Quando fazemos parte de um grupo e um deste grupo ganha, todos ganham. Eu quero fazer parte de um grupo que seja vencedor, que não use golpes baixos, joguinhos, coronelismo, honesto, capaz de fortalecer uns aos outros em busca da vitória maior. Meu nome está disponível. Sei que comecei agora, tem muita gente na fila antes de mim, mas sei também do meu potencial de liderança dentro da cidade.
Alô Brasília: Mas se o senhor tivesse que se decidir agora?
Rodovalho: Você está me apertando muito... Mas se fosse hoje, eu lutaria para conseguir a vaga no Senado. Mas o quadro é 2010, quero ouvir o governador, o grupo.
Alô Brasília: Ainda não temos cenário definido, mas temos um pré-cenário basicamente instituído. Uma reeleição, uma volta esperada, uma promessa. Temos, no mínimo, três fortes nomes para 2010. No cenário do momento, como fica o Robson Rodovalho?
Rodovalho: O quadro de 2010 será muito difícil, completamente diferente do que em 2006. O mais difícil da história do DF, mas o melhor também. Grandes gestores, todos com muita experiência e a cidade vai ganhar. Quando se tem um pleito democrático como esse, todo mundo ganha. Meu nome está colocado na mesa para o senado, mas eu sou de harmonização. Tenho meu marco e quero discutir internamente. Por enquanto, temos apenas previsões.
Alô Brasília: E sobre a possibilidade de o senhor ser o vice do Roriz?
Rodovalho: (pausa) Esses convites no mundo político são muito comuns. Hoje, todo mundo é convidado. Tanto pelo governador Arruda quanto por outros partidos. Eu fui convidado por quase todos os partidos do Distrito Federal. Mas, como eu já disse, o palco será formado em 2010, apenas. Até lá, quero fazer uma grande gestão. O DF precisa ganhar políticas públicas, o compromisso que foi feito em 2006 precisa ser cumprido, a população precisa ser respeitada. Não vou pensar politicamente, mas na gestão. Estou lutando para formar um grupo que possa caminhar do início ao fim. Eu acredito que quando se tem expectativas atendidas, você caminha junto. Quando não se tem, a tendência é buscar posições mais estáveis. Como eu sou físico, vou usar uma ilustração física: Partículas que se encontram que gravitam em harmonia são estáveis. Estou lutando pelo grupo, para que o grupo tenha uma gravitação harmônica.
Alô Brasília: Com toda essa avaliação, na sua visão, 2010 será decidido pela gestão e pela união?
Rodovalho: A população hoje procura gestores, respostas individuais e coletivas. O processo está muito amadurecido. O gestor tem que pensar no macro e no micro. Tem que pensar na sociedade e no individuo. Quem não pensar dessa forma será surpreendido no futuro.