Vencer as lembranças dos conflitos e dos maus tratos que sofremos e as batalhas travadas em casa, na família e na vida, nos forjou para sermos vencedores. A família é o laboratório da nossa missão e é nela que Deus nos molda para enfrentarmos a vida e os desafios desconhecidos. Deus usou nossa família, nossa casa, nossos pais e irmãos para nos lapidar e assim nos preparar para enfrentar as grandes situações que virão em nossas vidas.
Para semearmos um futuro de sucesso e de felicidade precisamos acertar nosso passado perdoando aos outros e a nós mesmos. Os princípios para construirmos esse futuro de sucesso e felicidade são:
1-Perdoar-se;
2-Perdoar aos outros;
3-Vencer as lembranças dos conflitos e maus tratos que sofremos.
Normalmente trazemos em nossa história de vida mágoas dos irmãos e dos pais, da maneira como nos tratavam, da ausência, da excessiva disciplina, dos conflitos, enfim, e mantemos essas mágoas vivas dentro de nós até hoje. Muitas vezes não podemos imaginar e muito menos entender o porquê de Deus, em sua soberania e infinita sabedoria tenha permitido aquelas situações. Deus não endossou o erro dos nossos pais, que com certeza fizeram o seu melhor. Ele usou aquelas situações para nos calejar para o futuro que iríamos enfrentar.
Só seremos totalmente livres para voar com as asas de nossa missão de vida quando as falhas emocionais de nossas famílias forem completamente resolvidas dentro de nós. As pessoas só estarão livres para alcançar suas identidades quando o eco de suas casas quer sejam erros ou não, não mais ressoarem dentro de seus corações por já estarem resolvidos. Enquanto lutarmos com esses erros e eles ecoarem dentro de nós, não somos donos da plenitude da missão que Deus criou para nós; ainda estamos “vivendo o ninho”, ainda temos uma corda afetiva nos prendendo à família.
Porém, no momento que resolvermos e encerrarmos esses ecos, aceitando os erros e decisões da família, então estaremos livres para seguir em frente na missão que Deus nos reservou.
Essa família de oito filhos foi visitada pelo profeta Samuel, que buscava o ungido de Deus, Davi, que fora excluído por seu pai na ocasião da visita.
Davi era o oitavo filho, número que na Bíblia representa um novo começo (depois do número sete que representa o ciclo completo), não tinha irmãs e provavelmente foi criado por um dos irmãos mais velhos.
Os golpes recebidos por Davi em sua criação o calejaram para a rejeição que sofreria em sua vida: ele foi rejeitado por 13 anos; dos 17 aos 30 anos, quando matou Golias, foi perseguido por Saul e rechaçado pelo povo, até voltar vitorioso como rei, sete anos depois. Davi se tornara um homem corajoso e vencedor pela rejeição sofrida em família que, contudo foi compensada pela formação de sua forte estrutura interior.
Família é o lugar de formação da nossa identidade. Precisamos enxergar na rejeição e nos erros de nossas famílias a oportunidade de criar estrutura em nós, pela soberania mão de Deus.
A rejeição preparou Davi para sua vitória e a solidão também o fortaleceu. Davi era solitário porque seus irmãos eram mais velhos e seu trabalho era pastorear as ovelhas. Essa solidão o fortaleceu, pois andando sozinho e enfrentando feras para proteger as ovelhas, ele criou uma coragem que os irmãos não tinham. E só quando Davi foi ungido, ele e sua família enxergaram sua estrutura interior pela primeira vez.
Eliabe irmão de Davi o julgava por sua própria ótica, assim como as pessoas nos julgam por suas próprias perspectivas. Eliabe não sabia que Davi era forte em sua alma para vencer Golias e tomou sua pergunta como presunção.
Foi uma surpresa para Jessé, pai de Davi, saber que Samuel o ungiu, e foi surpresa maior ainda saber que seu filho vencera Golias. Para Jessé, Davi era o garotinho que sobrevivera entre os oito irmãos e não servia para nada. Nossas famílias não conhecem verdadeiramente nossas identidades porque sempre nos vêem como meninos, garotos, caçulas. Elas não sabem que somos guerreiros nas mãos de Deus.
Ver as falhas de nossas famílias como oportunidades de forjar nossas vidas vai nos levar a encontrar e a voar alto na missão. Deus desenhou em nossa existência. Isso vai nos ajudar a ver os pais, a família, os conflitos em casa de forma diferente. Deus está nos dando a oportunidade, através dos golpes e situações emocionais, de nos lapidarmos para enfrentar e vencer nossa verdadeira missão.
Deus trabalha especialmente na fase da juventude porque é nessa fase que se semeia para o resto da vida. A mocidade é tempo de alegria e de festa, a juventude é tempo em que se tem vigor, mas precisamos saber que o que se planta, se colhe e que a vida tem consequências.
O significado de “vaidade” nesse versículo não é “algo passageiro”, mas “arrogância”. O jovem nessa fase da juventude e mocidade é arrogante, pensa que nada pode tocá-lo e que morte não faz parte de seu universo. Essa característica faz parte da juventude, criada pelo momento, pelos amigos e companheiros; é uma fase gostosa e vibrante que nos foi dada por Deus para ser bem usada, as também para ser usada para Ele, com um propósito.
O significado de “lembra-se” aqui é o de “trazer Deus para os dias da juventude”. Toda alegria e exuberância e toda a vaidade de ser jovem, sem Deus, nos trás dias de dores com feridas e consequências. Precisamos trazer Deus para os anos de nossa juventude para construirmos um futuro em que teremos prazer.
O livro de Salmos diz que a velhice é tempo de fruto e de sabedoria. Quando envelhecemos em Deus, enfrentamos a velhice com muita sabedoria e esses últimos anos não serão anos em que não teremos prazer. Pelo contrário, uma velhice abençoada é tempo de ver os filhos vencedores, os netos bem sucedidos, olhar para traz com a alegria de tudo que construímos tendo sido vencedores.
A Bíblia diz que faz parte da juventude ter essa vibração e essa energia fantásticas e, ao mesmo tempo, não acreditar que as coisas na vida têm consequências. É uma ilusão que todos que tem essa idade vão ter que fazer parte do plano de Deus, pois o caminho é o mesmo para todos. O princípio para se ter um futuro de felicidade é olhar para o futuro e não para o passado; não devemos olhar para os erros do passado, apenas aprender com eles.
Bispo Rodovalho
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